Mulheres nos Palcos: diversidade de gênero e raça nos festivais brasileiros de 2016 a 2023

Levantamento demonstra crescimento inconsistente da participação feminina nas programações de festivais de música nos últimos anos.

Mulheres nos Palcos: diversidade de gênero e raça nos festivais brasileiros de 2016 a 2023

Em 2023, festivais brasileiros como Rock The Mountain, Saravá e Favela Sounds ultrapassaram os 50% de equidade de gênero em suas programações, enquanto Abril Pro Rock, Planeta Atlântida e Rep Festival optaram por compor seus lineups com menos de 15% de artistas mulheres.

Embora tenham ocorrido avanços na representação das mulheres em palcos relevantes e um grupo de elite tenha aberto e conquistado espaço, os dados coletados para este relatório demonstram que ainda enfrentamos um cenário onde misoginia e racismo não são apenas obstáculos, mas também problemas endêmicos¹.

A presença feminina (e preta) nos festivais brasileiros

Este relatório é um desdobramento das publicações "A Presença Feminina nos Festivais Brasileiros de 2016 a 2018" (Zumbido/Selo Sesc, 2019) e "A Presença Feminina nos Festivais Brasileiros de 2019" (Zumbido/Selo Sesc, 2020), de autoria da pesquisadora Thabata Lima Arruda, e serve como um diagnóstico sobre a desigualdade de gênero e racial nos palcos dos festivais brasileiros de música.

Para realizar esta edição, revisamos os dados já levantados de 100 festivais brasileiros que aconteceram entre 2016 e 2019, acrescentando além do recorte de gênero, também o racial. Além disso, foram acrescentados os dados referentes a mais 204 edições realizadas entre 2020 e 2023.

Note que ao longo do período de análise, alguns festivais não ocorreram, foram descontinuados ou passaram a acontecer.

Em seguida, revisamos e analisamos os lineups anunciados até dia 31 de outubro de 2023 através dos canais oficiais do evento ou imprensa, e classificamos 8.185 atos musicais em três categorias: homens - solistas e bandas compostas apenas por homens; mulheres - solistas e bandas compostas apenas por mulheres e/ou pessoas não-binárias; e mistas - projetos musicais compostos por no mínimo uma integrante mulher ou pessoa não-binária. Com essas informações, calculamos o percentual de participação por festival para cada categoria, e as médias por ano.

Não nos restringimos apenas às atrações principais, contabilizamos todos os atos musicais anunciados, ou seja, todas as bandas, artistas solos e DJs. Não consideramos números artísticos como stand-up comedy, teatro, artes visuais, além de festas, blocos, maracatus, e outros atos que não foi possível identificar integrantes permanentes.

No que tange o recorte racial, categorizamos apenas atos musicais solos: mulher ou pessoa não-binária solista preta; homem solista preto; mulher ou pessoa não-binária solista branca; homem branco.

Importante ressaltar que não praticamos o exercício da suposição neste relatório. Esforços consideráveis foram feitos para nunca chegarmos ao ponto de assumir qualquer identidade de gênero ou raça dos/das artistas. Nossa pesquisa foi realizada tomando como base a maneira que cada pessoa artista se posiciona em suas comunicações oficiais.

Embora saibamos que a forma como as pessoas se apresentam ao mundo nem sempre é um indicador fiel de sua identidade de gênero ou raça, e que as categorias adotadas neste relatório tendem a reforçar estereótipos sobre aparência e/ou concepções binárias, essa foi a maneira que encontramos para realizar uma análise abrangente sobre um problema que requer visibilidade urgente. Portanto, deixamos claro que os percentuais podem apresentar margem de erro de 1%, acima ou abaixo.

Brasil, o país dos festivais

Fatores como a demanda reprimida por parte do público, patrocinadores e artistas têm contribuído para a recuperação consistente do setor de festivais de música, especialmente desde 2022.

Segundo apuração da jornalista Mari Teixeira, para o jornal O Globo, considerando eventos pagos com pelo menos dez atrações musicais nacionais e/ou internacionais, em 2023, o Brasil foi palco de pelo menos 40 opções de festivais.

Em nosso levantamento, dos 43 festivais analisados em 2023, 11 realizaram sua primeira edição. No ano anterior, de 39 festivais analisados, oito estavam realizando sua primeira edição.

Observando o gráfico, é possível notar que dentro do período de análise, a participação das mulheres cresceu, ainda que de maneira inconsistente.

Até 2020 o percentual não ultrapassou os 25%: 13,3% em 2016, 16,8% em 2017 e 20,9% em 2018, 24,2% em 2019 e 24% em 2020. No ano seguinte, com a retomada dos festivais e eventos, vemos este número passar os 30%. O maior pico foi em 2021, quando esse número chegou a 36,8%. No entanto, em 2022, o número caiu para 32,2%, e em 2023 voltou a crescer atingindo 34,6%.

No que se refere à presença de artistas mulheres pretas solistas, os festivais não atingiram nem os 20% entre 2016 e 2023. Destaque para 2021, quando o percentual chegou aos 26,1%.

Cadê as mulheres nos palcos?

Entre os 44 festivais analisados em 2023, apenas quatro passaram de 50% de mulheres em seus palcos.

  • Favela Sounds, festival de Brasília, chegou aos 59,1%, mas já havia realizado o mesmo feito no ano anterior, em 2022, quando compôs sua programação com 56% de artistas mulheres;
  • Saravá, de Florianópolis, também seguiu crescendo, em 2022 atingiu o percentual de 53% e no ano passado 60%;
  • La Folie Fest acontece em Recife. Sua primeira edição foi em 2022 e o lineup nasceu contando com 60% de mulheres, no ano seguinte o número cresceu para 66,7%;
  • Rock The Mountain realizou uma edição com a programação composta 100% por mulheres, e colocou as curadorias no centro do debate. Por que contratar artistas mulheres é encarado como risco para alguns festivais?
Vale ressaltar que os números da lista aglutinam artistas solistas e bandas compostas apenas por mulheres, por isso o percentual é de 96,9%. Quando consideramos as bandas mistas, ou seja, que tenham em sua formação pelo menos uma mulher ou pessoa não-binária, o percentual pode ser arredondado para 100%.

Se nos primeiros levantamentos, destacamos os festivais de Rock, ou os que possuem suas raízes no gênero, como espaços extremamente desiguais, os números de 2023 nos revelam que os festivais de Rap também são estes espaços. Dos 16 festivais que não passaram dos 30% de presença de mulheres em seus lineups, seis são de Rap, sendo que quatro não contrataram nenhuma mulher para a sua programação.

Tanto o Rock quanto o Rap sempre se orgulharam de serem ferramentas de transformação social, no entanto, quando falamos de misoginia e racismo, parece que estamos longe de qualquer mudança.

Artista Igual Trabalhadora

A presença das mulheres nos festivais brasileiros de música cresceu, mas não podemos perder de vista que ainda estamos longe de alcançar um cenário de total igualdade.

Os dados evidenciam a disparidade de oportunidades entre homens e mulheres em diversos palcos e mostram que as curadorias continuam optando por ignorar o trabalho das mulheres durante seus processos de contratação.

Estamos falhando como indústria ao permitir que o potencial criativo e de carreira de parte dessa cadeia produtiva continue sendo limitado pela misoginia e pelo racismo. É urgente e necessário um plano de ação sério para confrontar, desafiar e legislar sobre as condições desiguais apresentadas neste relatório.

A desigualdade de gênero se manifesta de diversas formas sutis e resulta em uma violência cotidiana e silenciosa (SANTOS, 2013). No Brasil, isso afeta as mulheres de maneira mais objetiva nos salários e nas taxas de participação no mercado de trabalho (RUFINO, V.; TORRES, T.; SOUZA, P., 2019).

Quais festivais foram analisados?

2016: Abril Pro Rock,18º Bananada, 3º Coala Festival, 2º FEBRE, 5º Festival BR 135, 26° Festival de Inverno de Garanhuns, Festival de Verão de Salvador, 18º Festival Do Soll, 26º Forró da Lua Cheia, 22º Goiania Noise, 15º João Rock, Lollapalooza Brasil, 18ª Mada, 10º Morrostock, 13º No Ar Coquetel Molotov, 21ª Planeta Atlântida, 4° Popload Gig, 19º Porão do Rock, 19º Psicodália, 21ª Rec-Beat Festival, 11º Se Rasgum, 15º Vaca Amarela, CarnaUOL São Paulo, CarnaUOL Rio de Janeiro, 1º Favela Sounds, 4ª Festival Sarará, 3ª Festival Timbre e Sons da Rua. Total de festivais: 28.


2017: Abril Pro Rock, 19º Bananada, 4º Coala Festival, 1º Coolritiba, 3º FEBRE, 7º Feira Noise Festival, 6° Festival BR 135, 1º CoMA, 27ª Festival de Inverno de Garanhuns, 19º Festival de Verão Salvador, 19º Festival DoSol, 27º Forró da Lua Cheia, 23º Goiânia Noise Festival, 16º João Rock, Lollapalooza Brasil, 19º Festival Mada, 11º Morrostock, 14º No Ar Coquetel Molotov, 22º Planeta Atlântida, 5° Popload Festival, 20º Porão do Rock, 20º Psicodália, 22ª Rec-Beat Festival, 12º Se Rasgum, 16º Vaca Amarela, CarnaUOL São Paulo, CarnaUOL Rio de Janeiro, Breve Festival, 2º Favela Sounds, 4º Festival Timbre, Sons da Rua, Planeta Brasil e Rock in Rio. Total de festivais: 33.


2018: Abril Pro Rock, 20º Bananada, 5° Coala, 2º Coolritiba, 4º FEBRE, 8º Feira Noise Festival, 7º Festival BR 135, 2º CoMA, 28º Festival de Inverno de Garanhuns, 20º Festival de Verão de Salvador, 20º Festival DoSol, 28º Forró da Lua Cheia, 24º Goiânia Noise Festival, 17º João Rock, Lollapalooza Brasil, 20º Festival Mada, 12º Morrostock, 15º No Ar Coquetel Molotov, 23º Planeta Atlântida, 6° Popload Festival, 20º Porão do Rock, 21º Psicodália, 23ª Rec-Beat Festival, 13º Se Rasgum, 17º Vaca Amarela, Festival Saravá, CarnaUOL São Paulo, CarnaUOL Rio de Janeiro, 2º Breve Festival, 1º Queremos Festival, 1º Nômade Festival, 3ª Favela Sounds, Festival Sensacional + Sarará, 5º Festival Timbre, Sons da Rua, Planeta Brasil e Rock The Mountain. Total de festivais: 37.


2019: Abril Pro Rock, 21º Bananada, 6° Coala, 3º Coolritiba, 5º FEBRE, 10º Feira Noise Festival, 8º Festival BR 135, 3º CoMA, 29º Festival de Inverno de Garanhuns, 21º Festival DoSol, 29º Forró da Lua Cheia, 25º Goiânia Noise Festival, 18º João Rock, Lollapalooza Brasil, 21° Festival Mada, 13º Morrostock, 16º No Ar Coquetel Molotov, 24º Planeta Atlântida, 7° Popload Festival, 21º Porão do Rock, 22º Psicodália, 24ª Rec-Beat Festival, 14º Se Rasgum, 18º Vaca Amarela, Festival Saravá, CarnaUOL São Paulo, 1º Rep Festival, 2º Queremos Festival, 2º Nômade Festival, 4ª Favela Sounds, 7º Festival Sarará, 6º Festival Timbre, Sons da Rua, Planeta Brasil, Rock in Rio e Rock The Mountain. Total de festivais: 36.

  • Edições canceladas/adiadas: 21º Festival de Verão de Salvador e Breve Festival. Total de festivais: 2.

2020: 25º Planeta Atlântida, 25ª Rec-Beat Festival, Festival SaraváDalia, 21ª Festival de Verão Salvador, CarnaUOL São Paulo, 2º Rep Festival e Planeta Brasil. Total de festivais: 7.

  • Edições online: Coala.VRTL, 6º FEBRE, DoSol Online, João Rock Virtual, Coquetel Molotov.EXE, Porão do Rock Live Festival, 19º Vaca Amarela e 15º Se Rasgum. Total de festivais: 8.
  • Edições canceladas/adiadas: Abril Pro Rock, 22º Bananada, 4º Coolritiba, 11º Feira Noise Festival, 9° Festival BR 135, 4° CoMA, 30º Festival de Inverno de Garanhuns, 30º Forró da Lua Cheia, 26° Goiânia Noise Festival, 9° Lollapalooza Brasil, Festival Mada, 13º Morrostock, 8° Popload Festival, 23º Psicodália, Breve Festival, Queremos Festival, Nômade Festival, Favela Sounds, 7º Festival Timbre e Sons da Rua. Total de festivais: 20.

2021: 9° Festival BR 135, 4° CoMA, Festival DoSol, 18º No Ar Coquetel Molotov, Porão do Rock e 16º Se Rasgum. Total de festivais: 6.

  • Edições online: Abril Pro Rock, Bananada BR, 7º FEBRE, 12º Feira Noise Festival, 17º No Ar Coquetel Molotov, Rec-Beat SP, 5ª Favela Sounds, Festival Timbre Online e Sons da Rua. Total de festivais: 9.
  • Edições canceladas/adiadas: Coala, Coolritiba, 30º Festival de Inverno de Garanhuns, 30º Forró da Lua Cheia, 26° Goiânia Noise Festival, João Rock, Lollapalooza Brasil, Festival Mada, Morrostock, Planeta Atlântida, Popload Festival, Psicodália, Vaca Amarela, Festival Saravá, Festival de Verão, CarnaUOL São Paulo , Rep Festival, Breve Festival, Queremos Festival, Nômade Festival, Festival Sarará e Rock in Rio. Total de festivais: 22.

2022: Abril Pro Rock, Coala, Coolritiba, FEBRE, Festival BR 135 - Instrumental, CoMA, 30º Festival de Inverno de Garanhuns, 30º Forró da Lua Cheia, 26º Goiânia Noise Festival, João Rock, Lollapalooza Brasil, Festival Mada, 19º No Ar Coquetel Molotov, Popload Festival, 17º Se Rasgum, 20° Vaca Amarela, 21° Vaca Amarela, Festival Saravá, 3° Rep Festival, 3º Breve Festival, 3º Queremos Festival, 3º Nômade Festival, 6º Favela Sounds, Festival Sarará, 7º Festival Timbre, Sons da Rua, Planeta Brasil, Rock in Rio, São Gonçalo Rap Festival, Recife Trap Festival, 1° MITA São Paulo, 1° MITA Rio de Janeiro, 1° Festival Turá São Paulo, 1° Festival Turá Brasília, 1ª Presença Festival, 1° Festival GiraSol, 1° Primavera Sound São Paulo, 1° La Folie Festival, Rock The Mountain e 1° Festival Zepelim. Total de Festivais: 44.

  • Edições adiadas/canceladas: Bananada, Morrostock, Planeta Atlântida, Porão do Rock, Psicodália, Rec-Beat, Festival de Verão e CarnaUOL São Paulo. Total de festivais: 8.

2023: Abril Pro Rock, Coala, Coolritiba, CoMA, 31º Festival de Inverno de Garanhuns, 31º Forró da Lua Cheia, João Rock, Lollapalooza Brasil, Planeta Atlântida, Rec-Beat, Festival Saravá, 22º Festival de Verão de Salvador, CarnaUOL São Paulo, 4º Rep Festival, 4º Breve Festival, 4º Queremos Festival, 4º Nômade Festival, 7ª Favela Sounds, Festival Sarará, Festival Timbre, Sons da Rua, São Gonçalo Rap Festival, Recife Trap Festival, MITA São Paulo, MITA Rio de Janeiro, Festival Turá, Festival MOVA, Presença Festival, Festival GiraSol, Primavera Sound São Paulo, La Folie Festival, 1° Plantão Festival, 1° Mainstreet Festival, 1° Doce Maravilha, 1°Vozes do Amanhã, 1° C6 Fest, 1° Rap Mix Festival, 1° Festival Mango, 1° Nova História Festival, Festival Zepelim, 1° Mirante Roots Bar, 1° The Town, Rock The Mountain e 1° Daki Fest. Total de festivais: 44.


Referências bibliográficas:

  • A presença feminina nos festivais brasileiros de 2016 a 2018. Thabata Lima Arruda, 2019. Acesse aqui.
  • A presença feminina nos festivais brasileiros de 2019. Thabata Lima Arruda, 2020. Acesse aqui.
  • Misogyny in music. Women and Equalities Committee - House of Commons, UK Parliament, 2024. Acesse aqui.
  • Inclusion in the Recording Studio? Gender & Race/Ethnicity of Artists, Songwriters & Producers across 1,200 Popular Songs from 2012 to 2023. Dr. Stacy L. Smith, Dr. Katherine Pieper, Karla Hernandez & Sam Wheeler, 2024. Acesse aqui.
  • Taylor Swift Sets All-Time Touring Record With $1 Billion Gross. Andy Gensler, 2023. Acesse aqui.
  • De Lollapalooza a The Town, Brasil terá mais de 40 festivais este ano em mercado que fatura bilhões. Mari Teixeira, 2023. Acesse aqui.
  • Women enjoy a record-breaking year in music in 2023. BPI, 2024. Acesse aqui.
  • Mulheres na indústria da música: um estudo de caso do grupo Women in Music Brasil. Paula Lopes da Cruz Novo Ozorio, 2021. Acesse aqui.
  • ¿Cómo ha evolucionado la brecha de género en los escenarios de América Latina? Equipo Ruidosa Fest, 2018. Acesse aqui.
  • Relatório do Ecad mostra pouco crescimento da presença das mulheres na indústria da música no Brasil. UBC, 2022. Acesse aqui.
  • Pesquisa: 85% das mulheres já sofreram discriminação no meio musical. Alana Gandra, 2023. Acesse aqui.
  • Dignity at work 2: Discrimination in the music sector. Dr Kathryn Williams e Vick Bain, 2022. Acesse aqui.
  • Sexual harassment and racism ‘endemic’ in UK music sector. Dalya Alberge, 2022. Acesse aqui.
  • A invisibilidade das mulheres no Festival de Música da Paraíba: relacionando gênero e psicologia. Alyne Christine Cruz Rezende, 2022. Acesse aqui.
  • Music festivals: Only 13% of UK headliners in 2022 are female. BBC, 2022. Acesse aqui.
  • Why are there so few women headlining music festivals? Rhian Jones, 2023. Acesse aqui.
  • The 1975 commit to playing only gender-balanced music festivals. Ben Beaumont-Thomas e Laura Snapes, 2020. Acesse aqui.
  • ‘They’re really breaking through’: how women put the music business in a spin. Vanessa Thorpe, 2024. Acesse aqui.

Este relatório foi realizado de maneira independente e sem qualquer financiamento.

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