Mulheres Pretas nos Palcos: onde elas estão?

Levantamento revela a participação ainda reduzida de mulheres pretas nos festivais de música no Brasil.

Mulheres Pretas nos Palcos: onde elas estão?
Deize Tigrona no palco do Favela Sounds 2023 (Thaís Mallon/Divulgação)

Em março deste ano, publiquei o relatório Mulheres nos Palcos: diversidade de gênero e raça nos festivais brasileiros de 2016 a 2023, um desdobramento de outras duas publicações: A presença feminina nos festivais brasileiros de 2016 a 2018 (Zumbido/Selo Sesc, 2019) e A presença feminina nos festivais brasileiros de 2019 (Zumbido/Selo Sesc, 2020). Este trabalho tem como objetivo diagnosticar a diversidade de gênero e raça nos palcos dos festivais de música no Brasil.

No relatório de 2024, apresentei dados que mostram a evolução da presença feminina nos festivais brasileiros, considerando tanto artistas solos quanto bandas formadas apenas por mulheres. Também fiz um recorte racial, focando em artistas solos, tanto homens quanto mulheres.

Agora, apresento um breve apêndice que aprofunda os dados sobre a presença preta nos palcos e propõe mais reflexões sobre o tema.


A presença preta nos festivais brasileiros

Para criar o relatório deste ano, revisei os dados já levantados de 100 festivais brasileiros realizados entre 2016 e 2019, adicionando ao recorte de gênero a dimensão racial. Também incluí os dados de 204 edições realizadas entre 2020 e 31 de outubro de 2023.

Vale destacar que, ao longo do período analisado, alguns festivais foram descontinuados, pausados ou alteraram suas edições.

Classifiquei 8.185 atos musicais em três categorias:

  • Homens: solistas e bandas compostas apenas por homens.
  • Mulheres: solistas e bandas compostas por mulheres e/ou pessoas não-binárias.
  • Mistas: projetos musicais com pelo menos uma integrante mulher ou pessoa não-binária.

Com esses dados, calculei os percentuais de participação por festival e as médias anuais.

Percentuais considerando: Mulheres (solistas e bandas compostas por mulheres e/ou pessoas não-binárias); Mistas (projetos musicais com pelo menos uma integrante mulher ou pessoa não-binária); e Homens (solistas e bandas compostas apenas por homens).

Para o recorte racial, foquei apenas em atos solos:

  • Mulher ou pessoa não-binária preta.
  • Homem preto.
  • Mulher ou pessoa não-binária branca.
  • Homem branco.
Percentual considerando apenas artistas solo.
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É importante ressaltar que não fiz suposições neste relatório. Esforços consideráveis foram feitos para nunca chegar ao ponto de assumir qualquer identidade de gênero ou raça dos/das artistas. A pesquisa foi realizada tomando como base a maneira que cada artista se posiciona em suas comunicações oficiais.

Embora eu entenda que a forma como as pessoas se apresentam ao mundo nem sempre é um indicador fiel de sua identidade de gênero ou raça, e que as categorias adotadas neste relatório tendem a reforçar estereótipos sobre aparência e/ou concepções binárias, essa foi a maneira que encontrei para realizar uma análise abrangente sobre um problema que requer visibilidade urgente. Portanto, deixo claro que os percentuais podem apresentar margem de erro de 1%, acima ou abaixo.

Onde estão as mulheres pretas?

A presença de mulheres pretas nos festivais tem apresentado oscilações ao longo dos anos, sem seguir uma linha de crescimento consistente. Em contraste, a participação de homens pretos vem crescendo de forma contínua desde 2018, alcançando 30,6% em 2023. Abaixo, proponho duas hipóteses para refletirmos sobre o crescimento estável dos homens e o pico registrado pelas mulheres em 2021.

Rap: um bom negócio

Uma possível explicação para o crescimento da participação dos homens pretos nos festivais pode ser encontrada no impacto global do Rap.

Segundo o relatório anual da Nielsen Music, 2017 marcou a primeira vez na história - ou desde o início da coleta desses dados - que o R&B/Hip-Hop se tornou o gênero musical mais consumido nos Estados Unidos. No Brasil, o ano seguinte foi igualmente marcante, com lançamentos de grande repercussão, como Bluesman, de Baco Exu do Blues, e O menino que queria ser Deus, de Djonga. Além disso, artistas como Matuê, Xamã e Poze do Rodo passaram a figurar com frequência no Top 50 Brasil do Spotify.

Para além da sofisticação e excelência presente nos trabalhos musicais que se destacaram em 2018 e nos anos seguintes, é importante notar que a indústria fonográfica ocidental ainda repercute muito o consumo musical dos Estados Unidos - embora eu ache que isso esteja ruindo, mas isso é papo para outra hora. Este cenário estadunidense contribuiu para um crescimento consistente do Hip-Hop no mercado musical brasileiro. Esse avanço atraiu não apenas a atenção de marcas e campanhas, mas também impulsionou o investimento de gravadoras em artistas do gênero e a criação de festivais especializados, como o Rep Festival, que dobrou de tamanho desde sua estreia em 2019 - culminando na caótica edição de 2023.

Antes da pandemia, além do Rep Festival, festivais como Sons da Rua e Favela Sounds já faziam parte do cenário. Porém, foi a partir de 2022, quando produtores e aventureiros do setor de festivais perceberam um terreno fértil para o retorno da música ao vivo no país, que novos eventos dedicados ao Rap começaram a surgir, como o São Gonçalo Rap Festival e o Recife Trap Festival. Em 2023, chegaram o Plantão Festival, Mainstreet Festival e Rap Mix Festival, citando apenas os que são analisados nesta pesquisa, pois é provável que este número seja ainda maior.

Festivais consolidados, especialmente os de multi-gênero, passaram a incluir cada vez mais artistas do Rap em suas programações. Nomes como Djonga, Matuê, Baco Exu do Blues, Criolo e Racionais começaram a aparecer com maior frequência nesses palcos.

No entanto, os dados mostram que, embora o espaço para a música preta tenha crescido, ele tem sido predominantemente ocupado por homens, enquanto a presença de mulheres pretas permanece pequena e instável.

Percentual referente apenas às artistas pretas solistas.

Dos 16 festivais realizados em 2023 que tiveram menos de 30% de presença feminina (seja de mulheres brancas ou pretas) em seus lineups, seis são dedicados ao Rap — e, entre eles, quatro não contrataram nenhuma mulher para suas programações. Além disso, dos 11 festivais listados acima com menor presença de mulheres pretas, cinco são de Rap.

O Rap, que historicamente se orgulha de ser uma ferramenta de transformação social, continua longe de promover mudanças reais quando o assunto é misoginia e racismo.

O absurdo se agrava ainda mais quando consideramos o cenário atual: mercadologicamente, nunca vimos tantas mulheres fazendo Rap e Trap. Desde nomes consagrados como Karol Conká, Drik Barbosa e Negra Li, que seguem atuantes, até artistas emergentes como Duquesa, Bia Ferreira, Ebony, MC Luanna, Clara Lima, Tasha & Tracie, Mac Júlia, Iza Sabino, Ajuliacosta e Tamara Franklin. Embora muitas dessas artistas estejam no corre há bastante tempo, nos últimos anos elas têm desbravado espaços e construído um público fiel. A lista é extensa e preciosa.

Pandemia e cotas

Observando novamente o gráfico, vemos que, em 2021, as artistas solistas pretas representaram 26,1% da presença nos festivais, superando até mesmo o percentual masculino.

É provável que esse aumento repentino, comparado a 2020, que registrou apenas 12,7%, esteja relacionado a medidas emergenciais do Estado para o fomento da música ao vivo. Muitos eventos que conseguiram realizar edições em 2021 receberam, parcial ou integralmente, financiamento por meio de leis emergenciais de incentivo à cultura.

A maioria, se não todos, os editais publicados em 2020 para execução em 2021 exigiam que a produção e/ou a programação incluíssem mulheres e pessoas pretas, algo que impactava positivamente a pontuação final na avaliação dos projetos.

Embora muitas produtoras e artistas pretas tenham assumido a responsabilidade de tirar seus próprios projetos do papel, é possível que algumas delas tenham sido utilizadas de forma estratégica apenas para aumentar a pontuação de propostas.

Essas são hipóteses baseadas na leitura do contexto da época e na experiência pessoal de quem participou de alguns desses editais municipais. Não há dados concretos que confirmem essa perspectiva. No entanto, não podemos ignorar que, em 2022, o percentual de mulheres pretas, que havia alcançado 26,1% no ano anterior, caiu para 19,7% e permaneceu em um tímido 19,8% em 2023.


Curadorias viciadas

Quando analisamos os festivais que mais contrataram artistas pretas solistas, surgem questões relacionadas aos vícios nas práticas de curadoria. É comum a tendência de "eleger" um número restrito de artistas para representar toda uma gama diversa de talentos pretos, resultando em repetições frequentes nas programações.

Percentual referente apenas às artistas pretas solistas.

Entre os 14 festivais listados, pelo menos 20 artistas se apresentaram em mais de dois eventos, com algumas chegando a participar de até cinco. Foi o caso de Tasha & Tracie, que marcaram presença no Favela Sounds, Sarará, Sons da Rua, The Town e Nômade Festival. Já Slipmami subiu aos palcos do Favela Sounds, Sarará e Rec-Beat, enquanto Iza se apresentou no The Town, La Folie Fest e Rock The Mountain.

Outros nomes, como MC Carol, Karol Conká, Liniker e Urias, estiveram em pelo menos três festivais diferentes. Artistas como Deize Tigrona, MC Luanna, Bixarte, Alcione, Jup do Bairro, Ebony, Rachel Reis, Luedji Luna, Xênia França, Linn da Quebrada, Larissa Luz e Paula Lima participaram de pelo menos dois eventos dessa lista.

Embora as curadorias desses festivais demonstrem um esforço para promover diversidade de gênero e racial nos palcos, ainda há trabalho a ser feito quando se trata de ampliar a pluralidade de sons e artistas. É necessário que o processo de contratação inclua tanto artistas em ascensão quanto aquelas já renomadas e relevantes, garantindo que tenham posições de destaque nas programações e fomentando uma representatividade mais ampla e diversa.

Curadorias precisam ir além do "copia e cola" e entender que inclusão não se resume a escalar alguns nomes recorrentes. Se mais de 50% da população brasileira é preta, os festivais precisam refletir essa realidade.

Enquanto palcos milionários e eventos culturais ignorarem a pluralidade criativa das mulheres pretas, perpetuaremos uma exclusão histórica. Precisamos de mudanças reais, tanto na indústria quanto nas curadorias, para garantir que esses espaços sejam realmente inclusivos.

O rap, a música e a arte como um todo só atingirão seu potencial transformador quando deixarem de ser limitados pelo racismo e pela misoginia.


Para ir além:

Mulheres nos Palcos: diversidade de gênero e raça nos festivais brasileiros de 2016 a 2023
Levantamento demonstra crescimento inconsistente da participação feminina nas programações de festivais de música nos últimos anos.
Opinião - Sons da Perifa: Diversity Washing: Quando enegrecer espaços se torna um serviço prestado
Como a busca por diversidade em eventos se tornou uma prática numérica e violenta para pessoas negras

Leia sem paywall.

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Texto atualizado às 19h58 de 28.nov.2024 para substituir o gráfico "Evolução da presença preta nos festivais brasileiros" com os dados referentes aos anos de 2016 e 2017 corrigidos.

Quais festivais foram analisados?

2016: Abril Pro Rock,18º Bananada, 3º Coala Festival, 2º FEBRE, 5º Festival BR 135, 26° Festival de Inverno de Garanhuns, Festival de Verão de Salvador, 18º Festival Do Soll, 26º Forró da Lua Cheia, 22º Goiania Noise, 15º João Rock, Lollapalooza Brasil, 18ª Mada, 10º Morrostock, 13º No Ar Coquetel Molotov, 21ª Planeta Atlântida, 4° Popload Gig, 19º Porão do Rock, 19º Psicodália, 21ª Rec-Beat Festival, 11º Se Rasgum, 15º Vaca Amarela, CarnaUOL São Paulo, CarnaUOL Rio de Janeiro, 1º Favela Sounds, 4ª Festival Sarará, 3ª Festival Timbre e Sons da Rua. Total de festivais: 28.


2017: Abril Pro Rock, 19º Bananada, 4º Coala Festival, 1º Coolritiba, 3º FEBRE, 7º Feira Noise Festival, 6° Festival BR 135, 1º CoMA, 27ª Festival de Inverno de Garanhuns, 19º Festival de Verão Salvador, 19º Festival DoSol, 27º Forró da Lua Cheia, 23º Goiânia Noise Festival, 16º João Rock, Lollapalooza Brasil, 19º Festival Mada, 11º Morrostock, 14º No Ar Coquetel Molotov, 22º Planeta Atlântida, 5° Popload Festival, 20º Porão do Rock, 20º Psicodália, 22ª Rec-Beat Festival, 12º Se Rasgum, 16º Vaca Amarela, CarnaUOL São Paulo, CarnaUOL Rio de Janeiro, Breve Festival, 2º Favela Sounds, 4º Festival Timbre, Sons da Rua, Planeta Brasil e Rock in Rio. Total de festivais: 33.


2018: Abril Pro Rock, 20º Bananada, 5° Coala, 2º Coolritiba, 4º FEBRE, 8º Feira Noise Festival, 7º Festival BR 135, 2º CoMA, 28º Festival de Inverno de Garanhuns, 20º Festival de Verão de Salvador, 20º Festival DoSol, 28º Forró da Lua Cheia, 24º Goiânia Noise Festival, 17º João Rock, Lollapalooza Brasil, 20º Festival Mada, 12º Morrostock, 15º No Ar Coquetel Molotov, 23º Planeta Atlântida, 6° Popload Festival, 20º Porão do Rock, 21º Psicodália, 23ª Rec-Beat Festival, 13º Se Rasgum, 17º Vaca Amarela, Festival Saravá, CarnaUOL São Paulo, CarnaUOL Rio de Janeiro, 2º Breve Festival, 1º Queremos Festival, 1º Nômade Festival, 3ª Favela Sounds, Festival Sensacional + Sarará, 5º Festival Timbre, Sons da Rua, Planeta Brasil e Rock The Mountain. Total de festivais: 37.


2019: Abril Pro Rock, 21º Bananada, 6° Coala, 3º Coolritiba, 5º FEBRE, 10º Feira Noise Festival, 8º Festival BR 135, 3º CoMA, 29º Festival de Inverno de Garanhuns, 21º Festival DoSol, 29º Forró da Lua Cheia, 25º Goiânia Noise Festival, 18º João Rock, Lollapalooza Brasil, 21° Festival Mada, 13º Morrostock, 16º No Ar Coquetel Molotov, 24º Planeta Atlântida, 7° Popload Festival, 21º Porão do Rock, 22º Psicodália, 24ª Rec-Beat Festival, 14º Se Rasgum, 18º Vaca Amarela, Festival Saravá, CarnaUOL São Paulo, 1º Rep Festival, 2º Queremos Festival, 2º Nômade Festival, 4ª Favela Sounds, 7º Festival Sarará, 6º Festival Timbre, Sons da Rua, Planeta Brasil, Rock in Rio e Rock The Mountain. Total de festivais: 36.

  • Edições canceladas/adiadas: 21º Festival de Verão de Salvador e Breve Festival. Total de festivais: 2.

2020: 25º Planeta Atlântida, 25ª Rec-Beat Festival, Festival SaraváDalia, 21ª Festival de Verão Salvador, CarnaUOL São Paulo, 2º Rep Festival e Planeta Brasil. Total de festivais: 7.

  • Edições online: Coala.VRTL, 6º FEBRE, DoSol Online, João Rock Virtual, Coquetel Molotov.EXE, Porão do Rock Live Festival, 19º Vaca Amarela e 15º Se Rasgum. Total de festivais: 8.
  • Edições canceladas/adiadas: Abril Pro Rock, 22º Bananada, 4º Coolritiba, 11º Feira Noise Festival, 9° Festival BR 135, 4° CoMA, 30º Festival de Inverno de Garanhuns, 30º Forró da Lua Cheia, 26° Goiânia Noise Festival, 9° Lollapalooza Brasil, Festival Mada, 13º Morrostock, 8° Popload Festival, 23º Psicodália, Breve Festival, Queremos Festival, Nômade Festival, Favela Sounds, 7º Festival Timbre e Sons da Rua. Total de festivais: 20.

2021: 9° Festival BR 135, 4° CoMA, Festival DoSol, 18º No Ar Coquetel Molotov, Porão do Rock e 16º Se Rasgum. Total de festivais: 6.

  • Edições online: Abril Pro Rock, Bananada BR, 7º FEBRE, 12º Feira Noise Festival, 17º No Ar Coquetel Molotov, Rec-Beat SP, 5ª Favela Sounds, Festival Timbre Online e Sons da Rua. Total de festivais: 9.
  • Edições canceladas/adiadas: Coala, Coolritiba, 30º Festival de Inverno de Garanhuns, 30º Forró da Lua Cheia, 26° Goiânia Noise Festival, João Rock, Lollapalooza Brasil, Festival Mada, Morrostock, Planeta Atlântida, Popload Festival, Psicodália, Vaca Amarela, Festival Saravá, Festival de Verão, CarnaUOL São Paulo , Rep Festival, Breve Festival, Queremos Festival, Nômade Festival, Festival Sarará e Rock in Rio. Total de festivais: 22.

2022: Abril Pro Rock, Coala, Coolritiba, FEBRE, Festival BR 135 - Instrumental, CoMA, 30º Festival de Inverno de Garanhuns, 30º Forró da Lua Cheia, 26º Goiânia Noise Festival, João Rock, Lollapalooza Brasil, Festival Mada, 19º No Ar Coquetel Molotov, Popload Festival, 17º Se Rasgum, 20° Vaca Amarela, 21° Vaca Amarela, Festival Saravá, 3° Rep Festival, 3º Breve Festival, 3º Queremos Festival, 3º Nômade Festival, 6º Favela Sounds, Festival Sarará, 7º Festival Timbre, Sons da Rua, Planeta Brasil, Rock in Rio, São Gonçalo Rap Festival, Recife Trap Festival, 1° MITA São Paulo, 1° MITA Rio de Janeiro, 1° Festival Turá São Paulo, 1° Festival Turá Brasília, 1ª Presença Festival, 1° Festival GiraSol, 1° Primavera Sound São Paulo, 1° La Folie Festival, Rock The Mountain e 1° Festival Zepelim. Total de Festivais: 44.

  • Edições adiadas/canceladas: Bananada, Morrostock, Planeta Atlântida, Porão do Rock, Psicodália, Rec-Beat, Festival de Verão e CarnaUOL São Paulo. Total de festivais: 8.

2023: Abril Pro Rock, Coala, Coolritiba, CoMA, 31º Festival de Inverno de Garanhuns, 31º Forró da Lua Cheia, João Rock, Lollapalooza Brasil, Planeta Atlântida, Rec-Beat, Festival Saravá, 22º Festival de Verão de Salvador, CarnaUOL São Paulo, 4º Rep Festival, 4º Breve Festival, 4º Queremos Festival, 4º Nômade Festival, 7ª Favela Sounds, Festival Sarará, Festival Timbre, Sons da Rua, São Gonçalo Rap Festival, Recife Trap Festival, MITA São Paulo, MITA Rio de Janeiro, Festival Turá, Festival MOVA, Presença Festival, Festival GiraSol, Primavera Sound São Paulo, La Folie Festival, 1° Plantão Festival, 1° Mainstreet Festival, 1° Doce Maravilha, 1°Vozes do Amanhã, 1° C6 Fest, 1° Rap Mix Festival, 1° Festival Mango, 1° Nova História Festival, Festival Zepelim, 1° Mirante Roots Bar, 1° The Town, Rock The Mountain e 1° Daki Fest. Total de festivais: 44.